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domingo, 16 de março de 2014

Uma observação sobre a última carta de amor



Oi, você lembra de mim? Eu sei que não lembra.
Eu sei que prometi que aquela seria a última carta.
Me desculpe por não cumprir a promessa. Apesar que essa é só uma observação.
É apenas para constar aqui que você ainda me inspira.
Passo pro papel, para que esse sentimento vire documento.
Para que as próximas gerações leiam, vejam e sintam como eu senti, e até mesmo se inspirem com isso.
Escrevo também, para fazer algumas confissões.
Admito que ainda fico nervosa ao te ver.
Ainda estou sentada naquela mesma mesa de sempre, na mesma praça de sempre, ao lado contrário ao seu.
Ainda passo na sua rua de propósito.
Ainda não consigo ir embora antes de você.
Ainda visito seu perfil. E fico olhando sua aba no chat avisando que você está online, ou não.
E ainda não tenho coragem de tentar falar contigo.
Mas algumas coisas mudaram.
Lembra que eu falei que não queria nem tentar? Aquele lance de preferir um amor inventado do que um amor forçado?
Pois é. Esquece.
Queria te conhecer.
Queria muito uma chance.
Mas não consigo nem tentar.
O máximo que consigo é ficar mentalizando que você virá até mim.
Até ando pedindo uma ajudinha dos anjos, admito.
Sei que se você lesse isso não entenderia, afinal a insana aqui sou eu.
Só queria que compreendesse que se eu tivesse a iniciativa me sentiria forçando ainda mais um sentimento que não é reciproco.
Por momento, é só.

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