Ousaria dizer que a liberdade é a primeira coisa que um ser humano busca em sua vida. Isso se torna ainda mais perceptível na fase de transição da adolescência para a vida adulta.
Como seres culturais que somos, a ideia e o valor de liberdade nos é transmitidos desde criança, seja desde os contos infantis até os comerciais de TV. Crescemos com uma falsa percepção e sensação de segurança e as autoridades tentam reforçar uma ideia de liberdade, que na realidade, nem seria tão valiosa assim.
O texto "Livre na prisão?" que li esses dias, me retomou a uma conversa ou aula que tive a uns tempos atrás. Embora não me lembre muito bem, a explicação era, mais ou menos, assim:
"Nos tempos de escravidão, a ideia de liberdade era transmitida aos escravos com tanta força e euforia que eles ficavam fissurados com a ideia de serem livres. No entanto, quando tal fato aconteceu, a maioria deles se viu sem destino, ser ter pra onde ir, e o pior, sem segurança nenhuma. Acabando alguns, inclusive, continuando à trabalhar para seus antigos donos."
Tiraria dessa breve citação, meu primeiro, e quiçá, mais importante argumento.
Vivemos hoje com uma falsa visão de liberdade que em muito se assemelha com a visão dos escravos. Quando nos vemos "livres", passamos a enxergar de outra forma a comodidade e segurança que nos era dada, e acabamos abandonando a liberdade.
Outro ponto importante é o fato de a escolha entre liberdade e segurança estar sendo cada vez menor. Estamos perdendo a possibilidade entre escolher uma coisa ou outra. Cada vez mais as pessoas, principalmente das metrópoles, não podem mais escolher.
Porque?
Porque ao escolherem liberdade, se vêem presos, pois sem segurança não há mais como saírem de suas casas. Ou seja, a única escolha é a segurança.
Como último tópico, abordarei o fator segurança. Como brevemente argumentei, o fato de a segurança ser a última válvula de escape, ressaltarei também, o fato de a segurança, cada vez mais, ser tão ilusória quanto a liberdade que comentei no início.
É preciso apenas uma ida a uma região central de uma grande metrópole para presenciarmos que nem a liberdade, nem a segurança se fazem presentes.
Vivemos hoje em cidades que são verdadeiros centros caóticos. Sem segurança nem liberdade.
A ganância do ser humano em querer tudo e crescer sempre mais se tornou tão grande que ficamos sem nada.
Se isso pode ser revertido?
Talvez possa. Até porque, perder a crença na sociedade não é o caminho.
Mas que a situação está ficando cada vez mais complicada, é a única coisa que posso afirmar.
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