Com essa tal de internet é impossível não notar como tudo virou modinha.
O problema é que isso é um problema de verdade.
Uma doença.
E a galera da juventude não acredita mais nisso.
Principalmente quando o lance é ligado ao psicológico a tendência é não levarem muito a sério.
E é por isso que eu estou fazendo uma série de posts ligados a transtornos psicológicos.
Para ver se abre os olhos da galera.
O que é?
O transtorno bipolar é um problema em que as pessoas alternam entre períodos de muito bom humor ou irritação e depressão.
O Transtorno Bipolar antigamente conhecido como transtorno maníaco-depressivo, é caracterizado por alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos alternando-se com episódios de mania (período de euforia, atividade cognitiva e física intensa e falta de auto-controle e bom senso).
Nessas fases, a pessoa apresenta modificações na forma de pensar, agir e sentir e vive num ritmo acelerado, assumindo comportamentos extravagantes como sair comprando compulsivamente tudo o que vê pela frente, ou então investindo em empreendimentos acreditando que renderão lucros vertiginosos, ou envolvendo-se em experiências perigosas sem levar em conta o mal que podem causar.
Não se trata apenas de mudanças bruscas de humor durante o dia, mas sim alternância de fases de depressão e euforia descontrolada que podem durar dias, semanas ou mesmo meses.
Frequentemente envolvem abuso de álcool e outras drogas.
Podem incluir sintomas psicóticos como alucinação e delírios.
As "oscilações de humor" entre a mania e a depressão podem ser muito rápidas.
O paciente com bipolaridade pode chegar ao extremo da depressão ao tentar suicídio e, no outro extremo, a euforia de tentar escrever um livro num só dia, por exemplo.
Os estados de mania e depressão, se não controlados por medicamentos, podem levar a surtos psicóticos, exigindo a intervenção psiquiátrica com antipsicóticos.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente.
Não há exames de imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico.
Vários fatores estão envolvidos no diagnóstico do transtorno bipolar.
É caracterizado por 3 ou mais dos seguintes sintomas por pelo menos uma semana:
- Auto-estima elevada: Sentimento de grandiosidade e intenso bem estar com si mesmo;
- Necessidade de sono diminuída: Sente-se repousado depois de apenas 3 a 5 horas de sono;
- Verborragia: Falar excessivamente e constantemente;
- Fuga de ideias: Experiência subjetiva de que os pensamentos estão muito acelerados, resultando em dificuldade de se expressar de forma linear e compreensível;
- Distraibilidade: Atenção constantemente desviada para estímulos externos, resultando em muitos trabalhos incompletos;
- Inquietude: Gerando aumento no número de atividades feitas tanto no trabalho, na escola, de atividades físicas e sociais;
- Impulsividade: Falta de auto-controle, por exemplo comprando excessivamente, indiscrições sexuais ou investimentos mal planejados;
- Impaciência e Irritabilidade.
A perturbação do humor deve ser suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no trabalho/estudos, nas atividades sociais ou relacionamentos costumeiros com outros, ou para exigir a hospitalização, como um meio de evitar danos a si mesmo e a outros, ou existem aspectos psicóticos.
Tratamento
O tratamento, após o diagnóstico preciso, é medicamentoso, envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor.
Um acompanhamento psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de psicoterapia podem colaborar para o tratamento.
O tratamento pode ser tentado com várias classes de medicação. Porém, o tratamento freqüentemente é caracterizado por persistência de alguns sintomas e por altos índices de recaídas e internações.
O tratamento adequado pode ser feito com um ou mais estabilizante de humor.
A associação de antidepressivos pode ser necessária para o controle de episódios de depressão e de mania.
O tratamento psicoterápico podem ajudar:
- Aumentando a adesão ao tratamento;
- Redução dos sintomas residuais;
- Prevenção das recaídas/recorrências;
- Diminuindo o número e períodos de hospitalizações;
- Prevenindo suicídio;
- Melhora na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares;
- Melhorando as habilidades sociais e o desempenho e;
- Melhorando a capacidade de lidar com situações estressantes em suas vidas.
A doença não tem cura, mas as pessoas melhoram, recebem alta e reassumem suas atividades.
O risco de recaída ou de evoluir para depressão existe e é preciso estar atento ao uso de medicamentos antidepressivos que, embora eficazes, podem precipitar uma virada indesejável para a euforia ou acelerar a frequência das crises.