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Terminei a Parte I desse post me perguntando sobre o significado de família.
Tinha acabado de brigar com minha irmã e consequentemente com minha mãe e estava chateada.
Sou a filha mais velha. Sempre tomei as responsabilidades minhas e da minha irmã.
Tive uma infância conturbada. Meu pai era alcoólatra e em seguida meu padrasto era psicopata. Na verdade foi bem violenta.
Aprendi a ter muitas responsabilidades desde muito cedo. Várias responsabilidades muito mais cedo do que devia.
Isso, com certeza me ajudou a me isolar dos meus colegas.
Mas eu gostava de ter responsabilidades, as pessoas confiavam em mim.
Tinha muito mais cobranças é lógico.
O problema é que minha mãe nunca reconheceu esses meus esforços.
Minha mãe não compra roupas, material escolar nem nada que seja de uso pessoal meu desde meus 12 anos. Nem meu dentista ela paga. Pelo contrário, ela vive brigando comigo porque não pago nem mesmo a conta de água.
Eu recebo 300 reais por mês. Nunca dá pra comprar tudo que preciso.
Sempre fiquei chateada por ver como era diferente a forma como as mães dos meus amigos os tratavam se comparado com a forma como minha mãe me trata.
Não. Minha mãe não é um monstro.
É apenas diferente.
Como disse no primeiro texto eu já entendi que não se pode mudar as pessoas e que, às vezes, ou melhor, quase sempre elas não pensarão ou enxergarão as coisas como você.
Minha mãe nos criou da forma dela.
É verdade que as vezes eu fico chateada por ela não querer comprar o caderno do meu colégio que eu preciso e que não tenho dinheiro pra comprar. É verdade que as vezes eu acho que ela não consegue enxergar o quanto eu me ferro vindo estudar num colégio em outra cidade, fazendo uma viagem de mais de duas horas de ida e duas horas de volta, acordando de madrugada e chegando em casa a noite.
Mas ela enxerga sim.
Do jeito dela.
Ontem fiquei me perguntando se minha mãe realmente me ama.
Sabe é tão clichê quando dizem que "o maior amor do mundo é o amor de uma mãe por um filho" ou qualquer coisa do tipo.
Minha mãe tem muito mais carinho pela minha irmã do que por mim. Isso é um fato.
Mas isso não quer dizer que ela não me ame. Eu e minha irmã somos pessoas diferentes assim como minha mãe também.
É lógico que eu fico triste quando ela coloca em mim a culpa de tudo de ruim que acontece dentro de casa.
Mas no final das contas ela e minha irmã são as únicas que estiveram comigo sempre.
Sofremos juntas. Fizemos planos juntas. Acreditamos, oramos, choramos, saímos, batalhamos, sempre juntas.
Se ela não me amasse ela não estaria comigo.
O grande truque pra entender esse amor tão confuso é simplesmente entender que as pessoas são diferentes e que elas te compreendem sim mas demostram isso da forma delas.
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