As cinco da manhã de hoje, sai da frente do computador e fui
me arrumar pro colégio, uns quarenta minutos mais tarde sai de casa e fui para
o ponto ônibus.
Logo meus colegas de ônibus começaram a chegar.
“Bom dia”
Na verdade nem tão bom assim. Mas ok.
Cada vez me surpreendo mais com a forma como consigo me
excluir de um grupo de pessoas (não é o assunto desse texto, deixa pra lá).
Fiquei com o fone de ouvido numa orelha e ouvindo as
conversas paralelas na outra.
Veja bem, isso não é ser fofoqueira, é apenas buscar inspiração
nas outras pessoas. Quem escreve sabe muito bem do que estou falando.
Foi ai que comecei a ouvir uma conversa sobre seguidores, amigos,
fãs e curtir.
Eu nunca vou conseguir me adaptar a ideia de que a
quantidade de seguidores que você tem numa rede social possa te fazer famoso.
Anotei o tema no celular pra escrever sobre ele quando
chegasse em casa. Bom, aqui estou refletindo sobre o assunto.
Pense bem.
Essa sou eu. A menina mais solitária do mundo
(hipoteticamente falando. Ou não).
Não tenho ninguém pra conversar ou pra ligar chamando pra ir
até a farmácia comigo me pesar.
No entanto tenho 500 mil seguidores no twitter o que faz de
mim a pessoa mais amada do meu mundo.
Faz sentido pra você?
Se fizer me explique, por favor.
Eu sei que eu já disse que a nossa mente tem uma força maior
que a gente possa imaginar, mas criar uma falsa sensação de amor, amizade com números
numa rede social é maluquice. Fala sério?
Já se criaram classes sociais até nas redes sociais.
Classes sociais baseadas na quantidade de like, amigos e
seguidores você tem.
Esses dias vi uma garota um pouco revoltada no facebook.
Ela tinha acabado de atualizar seu status de relacionamento.
Tinha acabado de colocar que estava namorando.
Aparentemente, ela já namorava a um bom tempo, mas ainda não
tinha compartilhado isso no seu perfil da rede social.
Era um tal de dizerem:
“nossa que novidade”
“poxa, nem sabia”
“ate que enfim admitiu”
E ela revoltada disse:
“claro né, ate porque meu namoro só é de verdade se eu colocar
no facebook que estou namorando”
Realmente, parem pra pensar.
Estamos numa época que tudo tem uma necessidade maior que o possível
de ser compartilhada para só então se tornar real. Que a quantidade de likes na
sua foto pode mudar seu dia.
E estamos esquecendo de viver nossas vidas reais. Ou será que
nossa vida real está se tornando nossa vida virtual?
Isso tudo é uma grande ilusão.
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