Esse provavelmente será meu maior
texto do blog.
Deveria tê-lo digitado e postado na
sexta feira passada, mas devido a alguns problemas técnicos quebrei
meu mouse e estava usando só o restos mortais dele acabei não
conseguindo fazer, mas como antes tarde do que nunca ai vai.
Hoje é sexta feira, mas pra mim é
oficialmente meu primeiro dia de aula.
As aulas já estão ocorrendo desde a
segunda mais por diversos motivos só consegui aparecer no colégio
hoje...
É impressionante como tudo parece tão
igual. A rotina realmente não é algo que me agrada.
São cinco da manhã. Levanto correndo pra não dar tempo de eu me arrepender e voltar a dormir. Minha roupa já está no sofá, vou no banheiro, me visto, arrumo meu cabelo. Ligo o computador e vou na cozinha buscar um café. Enquanto espero os poucos minutos que me restam checo as redes sociais.
5:35. vou sair.
A rua está bem vazia e escura, mas eu não tenho medo desses tipo de coisa então ando tranquilamente.
passo em frente ao hospital. Tudo aceso como o de costume.
Chego ao ponto. A primeira, como sempre.
Logo chega o menino que é sempre o segundo a chegar. Ele é meu amigo, é um cara bacana e é super inteligente, está no último ano.
Ele puxa assunto. O mesmo assunto de sempre, conversando sobre o sono que estávamos sentindo.
Contei-lhe que devia ter dormido apenas umas duas horas naquela noite.
O ônibus chegou.
Entro primeiro. Aperto a mão do motorista e desejo-lhe bom dia.
Primeira poltrona, lado esquerdo, na janela. Esse é o meu lugar, desde sempre. O menino senta-se ao meu lado.
Tento dormir. Não consigo.
As pessoas vão chegando. Sempre a mesma ordem.
O ônibus sai.
Os mesmos pontos. As mesmas pessoas.
Começo a prestar atenção no cenário já que não consigo dormir.
Faz mais de um mês que não fazia aquele trajeto.
Bom, pelo menos alguma coisa parece ter mudado. Algumas casas diferentes... novas lojas, obras crescendo, às vezes acho que o mundo não vai suportar um crescimento tão desordenado como o nosso.
2 horas depois...
Chego ao colégio.
Estou um pouco ansiosa, admito.
Sinto saudade de algumas pessoas.
Chego a portaria. Bom dia para os seguranças.
Nossa! tinha me esquecido como a subida pro meu colégio é longa.
Reparo que cortaram a grama do campo de futebol. Brinco com o menino dizendo-lhe que os montes de grama seca parecem formigueiros gigantes. Nós rimos.
Chegamos ao pátio. Ele escolhe seguir pelo caminho mas rápido utilizando um desvio do refeitório.
Por um momento começo a segui-lo mas desisto e resolvo passar no refeitório para ver se encontro alguém conhecido.
Chegando lá encontro a Carol. Abraço carinhoso de sempre. Gosto dela, é uma boa amiga.
Ela convida para me sentar junto a ela mas eu digo que tenho que subir.
Banheiro e água. Rotina novamente.
Subo as rampas e depois a escada.
Entro no corredor da direção. Tudo escuro.
Cheguei cedo como sempre, provavelmente fui a primeira.
Chego a porta da primeira sala: trancada. A porta do meu serviço: trancada.
lógico que se não tem ninguém elas estariam trancadas né, dããã
Vejo se a Ana chegou: nada.
Resolvo voltar e sentar com a Carol.
Quando chego lá vejo que outras meninas já se aproximaram e sentaram com ela. Mesmo assim resolvo sentar. Sinto-me meio desnorteada mas isso é normal, vindo de mim.
Ela me pergunta sobre o trabalho e eu lhe digo que aparentemente continuam todos de férias e solto uma gargalhada.
Continuo ali, meio alienada.
Chega a Laine.
Garota doidinha, mas eu gosto dela. Na verdade queria ser igual a ela, deixar de me preocupar um pouco com as coisas e apenas curtir, seria bom. Boa amiga.
Reparo nos "seus" novos olhos verdes. Comento que ainda não estou acostumada com eles. Falo também sobre o seu cabelo que agora está mais loiro do que ruivo tentativas de puxar assunto e conversamos sobre as férias e que a única coisa que todos parecem fazer nela é dormir. Ela diz que tem que subir para a aula e eu digo que vou subir também.
Paro para beber água e ela diz que vai buscar um livro na biblioteca.
Vou checar meu trabalho pela segunda vez: nada.
Resolvo sentar na "minha" mesinha de sempre. Sabe a foto lá do inicio? é dela. A visão que tenho desde meu primeiro dia nessa escola, e a que tenho tido todos os dias desde então.
Desço pela escada e olho pela janela: está vazia, que ótimo.
Chego ao corredor e fico na dúvida se desço pela rampa e passo pela porta o certo a se fazer ou se passo pela grama e chego mais rápido a mesinha fazendo assim que eu tenha menos chance de alguém chegar antes de mim e pegá-la.
Escolho passar pela grama.
Sento-me, coloco minha mochila próxima a mim e coloco meus fones de ouvido.
Começo a ouvir uma música mas resolvo escrever.
Desligo a música mas continuo com os fones nos ouvidos. Tentativa falha de tentar amenizar os ruídos de fora.
Resolvo tirar uma foto da visão de todas as manhãs (a foto lá de cima).
Começo a escrever.
Olho para a rampa. A Ana está passando. Resolvo esperar um pouco e, depois ir atrás dela.
Logo subo maldita ansiedade.
Escolho passar pela grama outra vez. Mal hábito.
Subo as escadas, viro a esquerda, dou de cara com a Ana. Falo com ela.
Nossa! a minha voz quase não saiu! sempre me surpreendo com esse meu dom de ficar muda.
Ela me diz que vai fazer alguma coisa e que vai voltar bem rápido pra me dar as chaves do meu trabalho.
Ok. Não me importo de esperar.
Encosto em uma parede próxima a saída. Estou do lado do terminal de ponto eletrônico dos servidores. tem uma câmera em cima de mim.
Começo a escrever novamente.
Algumas pessoas passam. Um professor de matemática, o professor de sociologia, o novo psicólogo do colégio... bom dia pra todo mundo.
Continuo escrevendo.
Sinto que a mochila já começa a pesar nos ombros.
Reparo como minha letra está horrível.
O calor está começando a incomodar.
Acho que a Ana esqueceu de mim.
Continuo escrevendo.
Vou até o corredor e olho as escadas, as rampas e o pátio lá de baixo: nada.
Volto pro corredor.
Percebo que não estou me recordando tão bem dos detalhes desse dia que mal começou.
Tenho a impressão que esse texto está ficando longo demais. Dou uma checada: 4 páginas! se continuar assim até o final do dia já terei escrito um livro sobre meu incrível primeiro dia de aula.
As pessoas vão e voltam, e eu continuo aqui. Encostada na parede, escrevendo garranchos.
Eles devem achar que sou louca.
Alguns dão bom dia, retribuo mas não tenho certeza se a minha voz saiu suficientemente alta para alguém escutar.
É. A Ana esqueceu de mim.
Me olho nos reflexos dos vidros do controle de turno.
Chego as escadas.
Que horas são?
8:58.
Que ótimo!
Parece que estou a uma eternidade nesse lugar e a hora não passa.
Odeio ficar sozinha, a não ser que esteja no meu quarto ou na frente de um computador.
Reparo na árvore de frente para a janela.
Está florida. Acho ela bonita. Cacho de flores amarelas. Bem melhor do que com aqueles cachos de sementes que os meninos maldosos ficavam comparando com seus órgãos genitais.
Meu Deus! Onde está a Ana?
Deve fazer mais de meia hora que ela foi fazer um negócio rapidinho.
Vou conferir de novo.
Odeio esperar. Tenho neurose com horário. Queria que as pessoas fossem mais pontuais.
Vou ouvir música.
15 minutos depois....
A Ana aparece.
Diz que ela tinha esquecido de mim. Confirmado.
Pego as chaves da minha sala.
Até que enfim.
Ar condicionado. <3
Checo os papéis. Dois bilhetes.
A senha da internet. Que ótimo!
tenho que recolher as folhas de ponto dos setores. Resolvo fazer isso mais tarde.
Internet \o/
Vou digitar um texto que escrevi na madrugada passada.
Tenho rotina até para o computador.
Abro a página.
ctrl+shift+ N. Porque ninguém precisa ficar me bisbilhotando.
Facebook. Gmail. Blogspot.
Abro a webcam para ver o estado da minha cara. Gosto da webcam daqui, tem uma resolução péssima o que deixa minha pele sem espinhas. Gosto de ilusão.
Word para digitar o texto. Ou melhor, LibreOffice.
Começo a digitar. Como é lento.
Demoro mais de uma hora digitando. O computador está muito lento, a internet não abre, ta tudo travando, mal salvo o texto e desligo pra tentar ajeitar.
Reinicio o computador.
Voltou ao normal.
Abro o texto pra copiá-lo e postar no blog.
Espera... o texto não abre!
Como assim?! tentei de tudo quanto foi jeito e não abriu. Fiquei arrasada.
Mais de uma hora jogada fora. Desisti do texto.
Peguei uma pasta e alguns papéis e fui organizar.
Depois mandei uma mensagem para uma amiga perguntando que horas ela ia chegar. Nem esperei responder e fui ao banheiro.
Na volta vi que ela tinha dito que já estava ali.
Nem esperei ela acabar, peguei a mochila, desliguei as coisas e sai correndo.
Fui procurar a Ana para entregar a chave.
Cade a Ana ??
Desisti e resolvi levar a chave comigo. Encontro a Ana na escada.
A Larissa está no nosso esconderijo. Uma escada alternativa que quase ninguém usa.
Chego ao corredor. Consigo ver que tem pessoas lá.
Vou me aproximando e não consigo conter um riso enorme. Tento ficar séria, em vão. Chego lá, estão Daniel, Thais e Larissa conversando. Sento no chão e pergunto se tem algum dever pra fazer.
Larissa me empresta para copiar.
Todos agem tão naturalmente que nem parece que ficamos um tempão sem se ver. Fico um pouco desiludida.
Estão conversando sobre futebol. Eu isolada modo on.
De vez enquanto falavam algo pra me incluir, basicamente me zoando, como sempre.
Digo que está na hora da aula.
Vou no banheiro e beber água.
Resolvo passar na cooperativa, digo que eles podem ir indo pra sala.
Quando saio da cooperativa eles estão vindo.
Pergunto aonde estão indo e eles dizem que a aula será no laboratório de informatica hoje.
Fico surpresa. Na verdade fico com medo. Matemática na informática? não vem boa coisa por ai.
Ficamos imaginando mil coisas do que a nossa professora poderia estar tramando.
Ela não gosta muito da nossa sala então provavelmente não deve ser algo agradável.
Só estão nós três lá, fico perguntando se eles tem certeza que a aula é lá eles confirmam mas eu fico impaciente. Neurose com a hora de novo.
A professora chega. Está sorridente. Estranho.
Pega as chaves. Vai e volta. Depois abre a sala. Sentamos no fundo.
Ligo o computador.
Ela pede para vermos se o programa de gráficos foi instalado. Não foi.
Ela tem que instalar um por um.
Pede para irmos ligando os computadores.
Eu e Larissa fazemos isso rapidinho.
Volto pro meu computador.
A professora diz para irmos fuxicando no programa.
Começamos a mexer. Fazemos bagunça. Rimos dos gráficos uns dos outros. Fazíamos formas diferentes em 3D. Alguns melhores que outros. A verdade é que a gente nem sabia o que tava fazendo.
Os alunos vão chegando e a professora continua instalando o programa.
Daniel me zoa e eu dou um tapa nas costas dele. O barulho foi maior que eu imaginava.
A professora olha pra mim. Rapidamente solto um "me desculpe".
Professora 1 x 0 Marcelly.
A aula foi divertida.
Não compreendia muito bem os gráficos mas é porque não compreendo a matemática.
O Daniel me ajudou.
Intervalo.
Fui comer o "pãozinho" que é como chamam o lanche por aqui.
Pão com queijo e suco.
Tava até bom, e eu estava com fome. Esqueci de almoçar.
Aula de física. Meu terror.
Sentei no lugar de sempre. Daniel continua ao meu lado.
O professor começa a aula. Ele já não explica direito, no calor então, joga as palavras na gente e pronto.
Me dá sono. Muito sono.
De vez enquanto falo alguma coisa pro Daniel.
A aula termina, pra mim sei tanto de física agora como no início da aula.
Digo ao Daniel que vou matar a próxima aula. Ele não parece satisfeito mas eu estou com muito sono.
As meninas dizem que vão também.
Tenho a brilhante ideia de procurar a minha segunda chave do trabalho no controle de turno e ela estava lá!
Vou pra minha sala ficar na internet.
Eles aparecem me chamando pra aula mas eu não vou.
Começo a escrever meu texto que perdi de manhã.
Coloquei os fones de ouvido numa altura enorme por alguns minutos. Mexi ma minha bolsa e quando vi tinha um garoto falando na porta comigo mas eu não o ouvia apenas via que falava algo. Ri um pouco mas parei por causa que estava no meu trabalho. É engraçado quando você vê mas não ouve as pessoas.
A hora passa e quando vejo já são 17:35!
Sempre desço pro ônibus às 17:30. Fico em choque. Eu perdi a hora.
Saio correndo.
Banheiro. Nada de água.
Desço andando depressa. Encontro a Laine no corredor.
Digo que estou indo.
Chego a Guarita. O motorista já está lá, jogando dominó com os seguranças.
E o menino que é sempre o segundo também.
Os comprimento.
Fico esperando eles.
As pessoas começam a chegar.
Laine também chega. De vez enquanto ela pega carona no ônibus.
Começam a zoar a Laine e ela se esconde atrás de mim, eu saio e ela puxa minha blusa.
Droga! ela esticou minha blusa predileta :(
O menino que sempre é o segundo diz pra mim que o ônibus já está aberto.
Chamo a Laine para irmos. Ela pede carona pro motorista e a gente vai.
Subo no ônibus.
Primeira poltrona a esquerda na janela.
Laine não senta ao meu lado.
Logo o menino que é sempre o segundo vem e senta ao meu lado.
Logo todos entram.
Dá 18:00 e o ônibus sai.
Começo a ler um livro mas logo pego no sono.
Acordo no ponto final, duas horas depois.
Já passam das 20 horas mas eu marquei de encontrar um novo amigo na praça.
Ele toca violão e disse que acha que canto bem.
Concordei de irmos cantar a toa na praça.
Vou até em casa.
Estou morta de fome. Como como uma ogra.
Vou tomar banho e me arrumo.
Entro na internet para falar com ele enquanto minha irmã termina de se arrumar.
Vamos para a rua.
Resolvo ir para a praça do centro.
Mais de vinte minutos a pé indo rápido. Já estou acostumada.
Chegamos lá.
Tinha mais gente do que eu esperava.
Estavam montando os equipamentos do show do dia seguinte.
Ele chega. Resolvemos sentar na mesa próximo as árvores. Meio escondido.
Tinha um bêbado na mesa ao lado.
Logo ele vem falar com a gente e quando percebo ele já está "tocando" violão e cantando.
Foi engraçado.
Fernanda e sua amiga chegam.
Achamos uma desculpa e despistamos o bêbado.
Quando percebemos que ele foi embora voltamos pra nossa mesa.
Vou tentando perder a vergonha mas é difícil.
Tentamos tirar uma músicas mas não deu muito certo.
Foi divertido.
Até que o maniaco das umas triangulares chegou.
Ele é um garoto que gosta de mim. Me conheceu a algumas semanas por acaso. Descobri que ele era meu vizinho e que ficava me espionando. Não gosto dele. E ainda por cima ele tem as umas triangulares e paga de gótico.
Todo mundo deixa ele de lado.
Então ele começa a ofender meu amigo.
Falar do pai alcoólatra dele.
Meu amigo começa a se estressar. Melhor irmos embora.
Saímos mas resolvemos continuar na praça.
Depois de um tempo fomos embora.
Cheguei tarde em casa e fui dormir mais tarde ainda.
Tenho tido muitos problemas para dormir.
Mas foi um dia agitado.
Boa noite.