Esse provavelmente será
meu maior texto do blog, pela segunda vez.
E hoje faz menos de um mês que escrevi o texto Primeiro Dia de Aula e já estou escrevendo o “Último dia de aula”. Que irônico.
Acordei às cinco horas da manha.
Foi mais fácil do que
imaginei.
Não sei se por minha ansiedade ou por causa do horário de
verão ter terminado.
Talvez seja pelos dois motivos.
As coisas já estavam todas arrumadas.
Me vesti. Me arrumei. Demorei mais que o normal.
Não quis tomar café, meu estomago já está desacostumando com
o ritmo agitado que vivia.
Abri a porta.
O sol já tinha nascido. Culpa do horário de verão que
terminou.
O clima estava frio, que delicia.
Fiquei com medo de pegar chuva, mas a preguiça de levar
aquele guarda chuva enorme falou mais alto.
Sai.
Andei muito mais rápido do que o normal. Ansiosa.
Tempo Recorde até o ponto. Bati menos de quatro minutos.
A primeira a chegar no ponto. Certas coisas nunca mudam.
Pensei em sentar no lugar de sempre, mas os bancos estavam
todos molhados então fui obrigada a sentar em uma mesinha na praça.
Coloquei os fones de ouvido.
Rap nacional. Culpa do meu novo amor platônico.
Alguns minutos.
O ônibus chegou.
Abro um sorriso sem querer. É o meu sorriso mais tímido e sincero.
Já estava com saudades.
Aperto a mão do motorista. Bom dia.
Primeira poltrona, lado
esquerdo, na janela. Certas coisas nunca mudam.
Mas o menino que é
sempre o segundo a chegar não veio. Fico triste pois queria me despedir dele.
Não consigo dormir a
viagem inteira. Como eu disse, meu organismo já está se desacostumando.
Quem vai sentado do meu
lado dessa vez é o moço mais simpático e humilde da manutenção.
Dessa vez “a mesma
paisagem de sempre” faz com que eu prenda meu olhar em todos os detalhes.
Agora as coisas são diferentes.
Eu não vou ver mais essa
paisagem todos os dias.
Na verdade, só Deus sabe
quando voltarei a passar por esses lugares, e mesmo que passe será com uma freqüência
muito menor.
Faz menos de um mês que
eu voltei pro colégio, depois das férias, mas muita coisa mudou no meu ponto de
vista.
Quero prestar atenção em
cada detalhe pra que mesmo sem fotografias consiga guardar essas lembranças na
minha memória.
A viagem passa.
Chegamos ao colégio.
Ritual de
escadas/banheiro/água. Certas coisas nunca mudam.
Passo pelo refeitório para
ver se encontro alguém por lá.
Encontro apenas o Carlos,
despeço dele timidamente e subo.
Vou no registro acadêmico
resolver os papéis. Me atendem bem, mas como sempre são enrolados.
Me mandam ir procurar
uma moça.
Espero uma hora até ela
chegar. Quando ela chega diz que preciso esperar outra moça, mais uma hora.
Enquanto isso vou no meu trabalho assinar meu termo de desligamento e pegar a declaração
de trabalho.
Me despeço da minha
chefe. Sinto um aperto no peito.
Vou atrás do Lorran pra
entregar a peruca dele que estava comigo desde o ano passado.
Ele ainda não esta no colégio.
Fico meio perdida mas encontro ele.
Abraço sincero. Estava
precisando.
Ando com ele durante um tempão
e volto pra ver se a outra moça chegou.
Ela chegou, meu papel já
tava assinado.
Vou pro registro acadêmico
e fico lá durante umas meia hora.
Vou no banco tentar
tirar meu dinheiro. Ainda não caiu.
Resolvo almoçar.
Laine e Carlos estão na
fila.
Laine me critica por
sair do colégio pela 123.345.643 vez.
Já tinha esquecido como
era o restaurante lá.
Não tenho boas
lembranças do restaurante. Morro de vergonha. Já derrubei um prato cheio de
comida lá. Muita gente junta. Me da arrepios.
Vou almoçar sozinha.
Sento num quiosque
escondido da engenharia. O refeitório está cheio,
Não gosto de comer em
publico. Muito menos sozinha.
Mas vou comendo.
Tento ligar pra minha mãe.
O celular dela não chama.
Quando estou acabando de
comer Thais liga. Ate que enfim.
Digo aonde elas estão e
elas aparecem.
Sinto um aperto no
coração de novo.
Vamos juntas acabar de
resolver mais algumas coisas e depois encontramos Daniel.
Como vou sentir falta
dele. Ele é muito especial.
Ficamos conversando nas
escadas durante um tempão.
Eles agem tão naturalmente
que eu me impressiono.
Continuo sentindo o
aperto no peito.
Passei o dia todo observando
cada detalhe de uma forma como nunca antes.
Afinal, nem sei se vou
voltar a ver as mesmas paisagens, pessoas e construções.
O que foi meu dia a dia
durante dos anos acabou.
Alguns abraços.
Repetições de 123.453.567
de vezes do porque vou sair.
Um milhão de puxões de
orelhas.
Pedidos pra que eu
fique. Uns sinceros, outros nem tanto.
Mais aperto no coração.
Não tive vontade de
chorar. Me surpreendi.
Pelo contrario, estava
alegre.
E eles também pareciam
estar feliz por mim.
Não vi todo mundo que
queria ver. Mas, com certeza foi a melhor despedida da minha vida.
A mais sincera. Mais amigável.
,Mais natural. Mais feliz.
Eu não sei se algum dia vocês
vão ler este texto galera, mas se lerem saibam que adorei conhecer vocês.
Voltei pra casa,
sozinha.
Dormi no ônibus.
Desconfortavel. Na pior posição possível. Mas dormi.
Peguei muita chuva. Arrependimento por não ter trago o guarda chuva.
Chego ao meu novo colégio.
A recepcionista que não gosta
de mim não esta. Eba.
Noticias boas.
Não vou repetir de novo.
A melhor noticia do dia.
Foi um ótimo dia.
Chuvoso.
Aconchegante.
Diferente.
E cheio de boas
lembranças.
Obrigada galera.
E no final das contas o texto nem ficou tão grande assim.
Esse texto é dedicado a todos que fizeram parte da minha rotina nesses dois anos de
IFF. Aos motoristas Dias e Tavares, ao Marcos, a galera da 1001 B 2013, em
especial a Carol, Iverson, Maycon, Nicolas, Laine e Carlos. A 1001 B 2014, em
especial a Thais, Larissa e Daniel que foram os que mais estiveram presentes
todo esse tempo. Ao Glawton, Davi e Serginho, a turma da frente do ônibus. A
Bia e a Sueli do meu trabalho. Aos professores. Enfim, a todo mundo que eu nem
sonhava com a existência e quem em tão pouco tempo passaram a fazer parte da
minha vida pra sempre. Obrigada, de coração.
Ass.: Marcelly
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