E que ele é, um bem ou mal, necessário
também não à como discutir.
O problema é que as pessoas têm aberto mão
de TUDO em busca do dinheiro.
Não só de bens físicos como também de
traços da própria personalidade e laços de sentimento, que embora muitos
discordem faz mais falta do que parece.
Quando você passa por cima de amizades,
amores, sonhos pessoais, objetivos de vida, caráter e dignidade por causa do
dinheiro, aí as coisas estão passando dos limites.
Vivemos numa era totalmente capitalista
onde as pessoas só pensam em consumir.
Criar. Consumir. Evoluir. Tecnologias.
Consumir. Novidades. Consumir.
É muito complicado não seguir esse modelo
consumista que nos é imposto, quando nascemos dentro dele.
Entender que há coisas mais importantes do
que juntar um monte de tralha dentro de casa é algo muito mais que complexo.
Já dizia meu professor de sociologia: "o ser humano é um ser
cultural".
Crescemos, aprendemos e digerimos tudo que
nos é ensinado, e a partir daí criamos nossos conceitos e preconceitos.
É preciso muita leitura, estudo e muito
trabalho com sigo mesmo para conseguir distinguir suas prioridades, vontades,
seus gostos e colocar o dinheiro no patamar certo.
Se chegarmos hoje para uma criança de uns
dez anos, por exemplo, e perguntarmos para ela o que ela gostaria de ser quando
crescer, a chance de ela dizer que quer ser uma médica, engenheira ou advogada
é de pelo menos uns cinqüenta por cento, eu diria. E isso não vai apenas do
fato de que ela pode ter desenvolvido o gosto por alguma dessas profissões
durante sua infância, mas principalmente da influência que essa criança,
provavelmente, deve sofrer não só da família mais também de toda a sociedade. E
digo isso por experiência própria e depois de muita observação.
É de praxe assistir em algum filme ou
novela, por exemplo, algum caso de uma mulher ou homem "viciado em
trabalho". Normalmente se trata de alguém muito bem posicionado profissionalmente,
com condições financeiras ótimas, mas que não vive e não utiliza de seu
dinheiro, e conseqüentemente, dos benefícios que esse dinheiro poderia os
proporcionar.
Como dizem por ai "a arte imita a vida, ou a
vida imita a arte".
E esses casos só mostram mais uma
evidencia do que ocorre cada vez mais no mundo de hoje.
As pessoas se deixam levar pela rotina,
pela ganância de nunca se contentar com o que tem, de querer sempre mais, e se
deixam levar.
Essas pessoas se tornam pessoas mal
humoradas, desgostosas com a vida, pessoas amargas.
Dai nesses mesmos filmes essas pessoas
amargas encontram pessoas pobres, que não tem bem algum, e que provavelmente
nunca terão nem um terço do que eles tem, e elas não compreendem o motivo da
felicidades dessas pessoas.
As pessoas acham, e quando digo 'pessoas'
me incluo nesse grupo, que somente coisas materiais são o suficiente, que tudo
que se trata de sentimentos é psicológico e é frescura, bobeira, coisa de quem
não tem o que fazer.
E nessa correria do dia a dia, das cidades
grandes, da corrida contra o relógio, da busca incessante pelo dinheiro, ou
pela felicidade, ou pelos dois, nem dez por cento dessas pessoas gastam nem
cinco minutos de suas vidas repensando sobre as coisas que tem feito.
Sobre seus sonhos da adolescência. Sobre
seu verdadeiro amor. Sobre aquela viagem que nunca aconteceu. Ou sobre o "eu te amo" que deveria ter sido dito para o seu
pai mas "ficou para o
outro dia".
E nisso a vida vai passando e a gente se
esquece de entender que talvez o "outro dia" nem vá chegar.
O dinheiro é importante sim, e mais que
importante ele é necessário.
O que não vale à pena é esquecer-se de
você, e do que você realmente quer para sua vida, para viver em função do
dinheiro.