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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Lidando com as desilusões familiares.

 Desabafos de segunda feira.






Na minha casa sempre fomos nós três.
Eu, minha mãe e minha irmã.
As três mulheres.
De vez enquanto aparecia um homem que chegava, fazia uma zona e aí nós juntávamos nossas coisas e íamos embora.
Nós três. Sempre juntas.
Decretei na minha vida que aquelas duas mulheres eram, são e pra sempre serão as duas únicas pessoas que realmente importam e fazem a diferença na minha vida.
Pelas quais morro e mato. As únicas duas coisas que eu tenho um medo apavorante de perder.

Até aí tudo certo.

Afinal é a minha família e é natural esse sentimento de amor incondicional por quem tem o mesmo sangue que a gente, certo?
Mas e quando isso parece não ser reciproco?
Ou quando a resposta não é o que a gente gostaria que fosse?

Já me disseram que eu quero resolver todos os problemas do mundo.
Que eu ajo como se todos os problemas das pessoas que estão próximas a mim fossem meus, e isso não me faz bem.

E é verdade, eu admito.

Quebro minha cabeça tentando resolver situações que no final das contas não cabem a mim.
Passo dias planejando situações que infelizmente eu não posso fazer acontecer (mesmo que seja para vê-las felizes).
Me sobrecarrego de coisas para fazer e resolver porque quero ajudar aquela "que já sofreu tanto por mim".
Afinal é esse o dever do filho, não é? Retribuir todo o trabalho que ela já teve com a gente...

Mas até ai, o problema ainda não é impossível.

É claro que tudo isso gera um cansaço e uma dor de cabeça que não é legal, mas o problema é só meu.
A impossibilidade acontece quando você começa a criar expectativas e planos sobre uma família que não é real. Sobre uma família que não é a sua.
Amar incondicionalmente alguém, não é a certeza de que esse amor será reciproco.
Ajudar alguém, não é a certeza que será ajudado de volta.
Pensar no bem do outro acima do seu próprio bem, não faz com que seu lugar na vida do outro seja diferente.

E a desilusão é fatal.

É difícil.
É complicadíssimo lidar com uma família que não é o que você espera.
Com uma família que não é o que você ilusiona.
Com sentimentos que não são recíprocos. Ou pelo menos, diferentes.
Com respostas estranhas pros seus ouvidos.
Com a desvalorização, ou a falta de reconhecimento de várias dores de cabeça e trabalho suado.
Com a ajuda - ou a falta dela -  do que é feito sem segundas intenções.

Agora o complicado é colocar no seu coração que essas pessoas te amam e estão com você.
E continuarão com você.
Quando você precisar.

Mas elas continuam sim. Do jeito delas, mas continuam.


Eu espero.

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