Vou fazer uma série de posts inspirados no tema "Como abandonar a chapinha", baseado na história de vida dos meus cabelos e tudo que eu aprendi com isso.
E se você é uma menina que ainda não aceitou seus cabelos como eles são, talvez esses posts sejam pra você.
Até meus 6 anos tinha cabelos loiros e lisos.
A partir daí não sei bem como aconteceu, mas aos 8/10 anos eu já tinha um cabelo que, em poucas palavras, me lembrava a Elba Ramalho (se é que é assim que se escreve).
Essa transformação se deu, em partes por eu ter passado minha infância inteira com um rabo de cavalo que poderia imprensar meu cérebro (de tão apertado), e em partes porque é normal, as crianças passam por várias mudanças até a fase adulta, inclusive mudando a cor dos olhos (quando bebê) até os cabelos e o corpo.
Mas é lógico que eu não gostei nem um pouquinho da ideia né.
Demorou até eu aceitar que tive um cabelo "dos sonhos" quando era mais nova e de repente comecei a aparecer assim todo dia de manhã:
Durante minha infância, embora as vezes tenha ficado um pouco chateada com isso (provavelmente por conta da zoação de algo "amiguinho" chato), no final das contas eu nem ligava.
Mas dai veio a adolescência... Áh, a adolescência...
Coincidiu com a mesma fase que sai do Sana (roça), pra Casimiro de Abreu (cidade de beira de pista).
O que acontece é que além de todas as crises da puberdade (e a vaidade excessiva), ainda sofria muito mais influência por conta de ter muito mais gente e lojas em minha volta.
E eu cismei de cortar uma franja.
Imagina o seguinte...
Esse cabelo:
Com franja:
Foi bem assim que ficou, se você quer saber HSUAHSUAHSUA
Tudo bem que eu sou um pouco exagerada.
Meu cabelo tava ficando mais pra um cacheado (sem forma) do que pra crespo louco like a chitãozinho e chororó...
O lance é que com a franja, veio a chapinha, obviamente.
Tudo bem, que eu tenho que admitir que cortar minha franja, mudou minha vida.
Eu sempre fui a CDF like aquelas nerds de filme americano, com direito a óculos fundo de garrafa, corpo de "botijão de gás" e futuramente com um up de espinhas+aparelho. E quando cortei minha franja, eu meio que "sai da minha toca".
Fiquei muito mais segura de mim, da minha aparência e minha timidez reduziu quase que pela metade. Realmente, mudou minha vida.
Só que gente, eu tinha 14 anos e na minha casa ninguém sabia usar chapinha direito.
O que eu tinha era uma chapinha meio velha e passei a usar aquele trambolho mesmo.
TODO DIA.
Todo dia, antes de ir pra escola, ao voltar da escola, se eu tinha alguma coisa pra fazer na rua: retocava de novo.
E era assim.
Usava muitas vezes ao dia e da forma mais errada que você puder imaginar.
No final das contas, me lembro até de usar com o cabelo molhado. COM O CABELO MOLHADO.
Pois é, lembro até do barulhinho do cabelo fritando #lágrimas
E o que aconteceu foi que meu cabelo começou a cair como se não ouvesse amanhã (com razão, coitadinho).
Foi nessa época que perdi todo o volume do meu cabelo.
Depois disso só sobrou um fachinho de cabelo fino, porém ainda enorme. Porque se tem uma coisa da qual me orgulhada (e que até hoje sofro e choro de saudade, era do comprimento do meu cabelo).
Então resolvi fazer escova progressiva (pra apaziguar).
Só que eu procurei a pessoa que cobrasse mais barato, na cidade inteira. Afinal, naquela época a gente era ainda mais pobre e descabeçada que hoje em dia. Então ia ter que ser na base do mais ou menos mesmo.
Então eu comecei a fazer progressiva com uma mulher no mesmo salão no qual eu cortei minha franja. Pagava mais ou menos uns 100 reais, e meu cabelo ia quase na bunda. Então convenhamos que tava barato pra caramba, mesmo para aquela época.
No começo foi MÁGICO.
Meu cabelo praticamente parou de cair (mas depois ia voltando a cair, com o passar do tempo que eu ficava sem retocar a progressiva), a chapinha começou a dar certo, se é que me intendem (afinal, sem o produto da progressiva, a chapinha fica na hora e depois começa a fazer o cabelo encher sem parar e no final já to Elba Ramalho), e eu tava mais feliz do que nunca com meu cabelo.
Se no começo eu era nerd CDF botijão de gás, agora tava me sentindo a rainha do orkut (SHAUSHUASHUAH saudades orkut).
Ps.: Saca a edição de algumas (eu lembro que a última tava MUITO editada, essa n tá tanto porque só achei a original), a cara sexy de outras (KKKKKKKKKKKKK morta forever) e a evolução da minha franja (tive franja de tudo quanto foi jeito, desde emo (segunda foto) até lateral pequena, média e grande).
Só que meu cabelo não resistiu por muito tempo.
Lembro que a cabeleireira nunca só retocava. Ela fazia em tudo! De cima abaixo, repassando produto aonde já tinha produto!
Meu cabelo que já era geneticamente fraco (por causa da família da minha mãe, que todo mundo tem cabelo assim), começou a quebrar todo! #ochoroélivre
Mas a louca continuou fazendo assim.
Durou um ano.
E no final de 2012, eu resolvi mudar.
Adivinhem o que eu fiz??? Hein, hein, hein
parei de fazer chapinha?
Que nada.
Fiquei loira.
LOIRA
Não satisfeita com a cagada que estava fazendo, resolvi que queria fazer balaiagem.
Fui la na "minha" cabeleireira e perguntei se ela fazia e quanto era.
Ela disse que fazia e me deu o preço (que eu não me lembro mais ao certo), mas também foi barato.
E eu fui lá e fiz.
Segunda mudança total da minha vida.
Me senti a diva.
E sinceramente nunca fui tão feliz comigo e com meu cabelo. Nasci pra ser loira.
Fotos:
Só que nem tudo na vida são rosas...
E, eis que eu acabei de acabar com meu cabelo...
Tenho pra mim que o troço reagiu ou sei lá.
Só sei que meu cabelo começou a ressecar e criar ponta dupla pra tudo o quanto era lado, e dai começou a quebrar e cair...
A minha sorte, ou melhor, a situação só não foi pior só porque eu fiz a tal da balaiagem (que no caso, a mulher fez foi luzes mesmo, só que menos mechas, e mechas mais grossas) só nas mechas de cima do meu cabelo. Como dá pra ver na foto, a parte de baixo ta mais escura, porque eu não mexi.
Mas o que importa é que foi nessa época que eu falei STOP.
Parei de fazer qualquer tratamento químico, tomei vergonha na cara e comecei a ter mais respeito/responsabilidade/noção com meu cabelo.
Já nesse período, eu entendia como meu cabelo era, o que eu não podia ou podia, como eram os processos feitos da maneira certa e blábláblá
Então eu peguei minha tesoura e comecei eu mesma, em casa, a aparar as pontas ressecadas do meu cabelo.
Porque não tinha jeito.
O negócio tava feito e meu cabelo tava MUITO ressecado.
Lembro-me que no começo eu aparava uma vez por semana. Depois de 15 em 15 dias, daí depois uma vez por mês e assim sucessivamente até chegar hoje em dia, onde agora to tentando fazê-lo crescer, então aparar: só quando é lua crescente ou cheia e de 2 ou 3 meses em meses.
No começo comecei a usar a chapinha, mas fui me desapegando aos poucos.
Comecei a reutilizar os penteados com o cabelo preso e os meus acessórios que utilizava antigamente: minhas xuxas para rabo de cavalo e a pregadeira pro penteado enrolado like a tia da biblioteca.
Minha auto estima caiu muito, e até hoje admito estar trabalhando isso incessantemente pra aceitar meu cabelo como ele é.
Bom, no começo meu cabelo ficou assim:
Usava chapinha só na franja, então prendia o resto e dai parecia estar com um cabelo curtíssimo, mas na verdade ele nunca ficou curto assim.
E então fui cortando, cortando, até que a parte loira foi saindo quase toda e o cabelo com produto da progressiva também.
Foi ai que comecei a reusar meu cabelo cacheado, que incrivelmente ganhou um modelado que eu não tinha antes.
Agora ele tem cachos com mais forma, porem meu cabelo é ainda muito fino e sofro pra deixá-lo com forma.
Acredito que esse foi o comprimento mais curto que meu cabelo chegou:
E depois foi ficando assim:
Usei muito esse penteado prendendo uma lateral do cabelo por muito tempo (e até gostei/viciei), por causa das mechas mais curtas:
Hoje em dia, meu cabelo já não tem mais mechas com produto da progressiva ou mechas loiras, e já cresceu bastante, tendo em vista que ele é cacheado...
Já faz, mais ou menos, cinco meses que não faço chapinha em nenhuma ocasião/hipótese e tenho que admitir que a maior sensação de liberdade.
Ainda me lembro daquela época onde ir pra uma praia/cachoeira/rio era uma dor de cabeça e eu acabava não curtindo nada porque ficava mais preocupada se meu cabelo tava legal.
Meu cabelo ainda continua caindo, acredito eu que ainda pelos efeitos daqueles tempos de maldades, coitado rs
E pra resolver isso, ainda pretendo ir numa dermatologista averiguar (mas pra isso preciso de dinheiro, que por acaso, não tenho #pobreza).
Essas são fotos mais recentes minhas (poucas e com resolução ruim porque foi as que eu tinha rs sorry):
Como vocês podem ver, cada hora ela tá de um jeito...
Tem hora que aparece volume e hora que tá todo desmilinguido.
Hora que tá cheio de cachos e hora que tá mais pra lá do que pra cá.
Então, meninas, welcome a vida de quem tem cabelo cacheado.
Porque sei não, viu
Ô cabelo imprevisível esse que eu arrumei hahaha
Tem hora que aparece volume e hora que tá todo desmilinguido.
Hora que tá cheio de cachos e hora que tá mais pra lá do que pra cá.
Então, meninas, welcome a vida de quem tem cabelo cacheado.
Porque sei não, viu
Ô cabelo imprevisível esse que eu arrumei hahaha
Mas agora,
sem brincadeiras,
Nada paga a liberdade de se ter um cabelo natural.
Nada paga a economia de se não gastar dinheiro com coisas que só danificam seus cabelos.
Nada paga a maturidade de entender seus cabelos e buscar melhorá-los ao invés de danificá-los.
Nada paga a paz de ir se aceitando com a gente realmente é.
Gostar de você sendo NATURALMENTE você, não tem preço!